segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Contos

Não sei se eu já comentei, mas há um mês tenho frequentado um grupo de estudos do Tao (doutrina fundada por Lao Zi, significa, literalmente, o caminho, é um conceito um tanto abstrato, não se trata apenas do caminho físico ou espiritual, vai além, o Tao é a união do yin e yang). O Tao tem vários textos de apoio, e alguns usam parábolas e contos para ajudar no entendimento, vou compartilhar uns que aprendi hoje no estudo sobre "o pensamento influencia o ambiente".

1º conto

Buda estava ensinando três discípulos quando pegou um copo e o jogou no chão. Olhando o copo quebrado, indagou seus discípulos "quem quebrou esse copo?", o primeiro discípulo respondeu: "foi o senhor, mestre". Buda replicou "como ousa acusar um grande ser iluminado?". O segundo discípulo respondeu: "fui eu, mestre". Buda novamente replicou: "como ousa enganar um grande ser iluminado?". O terceiro discípulo limitou-se a levantar, pegar uma vassoura e varrer do chão.

Moral: Não importa de quem é a culpa, apenas resolva o que for preciso resolver.

2º conto

Um velho monge precisava escolher seu sucessor num grupo de cinco monges aprendizes. Ele chegou para os cinco, colocou uma linda flor amarela, num lindo vaso branco em cima da mesa de centro e disse: "aqui está o problema". E deixou-os pensar. Até que um dos monges aprendizes se levantou e com um golpe de espada cortou o vaso e a flor ao meio. Então o velho monge disse: "você será meu sucessor".

Moral: Não importa quão lindo é um problema, ele continua sendo um problema, 'destrua-o'.

3º conto

Um vizinho ao ver que o outro vizinho parecia nunca ter tido problemas com os familiares, curioso foi até ele em um dia questioná-lo de como ele conseguia tal proeza. Ao chegar até o vizinho, ouviu que a mulher dele havia pedido que a nora atendesse o nenê que estava chorando, esta que estava lavando a louça, deixou a esponja sobre o sofá e foi atender o bebê. Quando o dono da casa convidou o vizinho a entrar, acabou sentando sobre a esponja. No mesmo momento a nora entrou na sala: "desculpe, meu sogro, eu fui atender o bebê e acabei esquecendo a esponja aqui, me desculpe". Nisso a sogra disse: "não, não, a culpa é minha eu que pedi que ela parasse de lavar a louça e fosse atender o bebê, ao invés de eu mesma atendê-lo, a culpa é minha". Por último o dono da casa disse: "não, não, a culpa é minha que não olhei para o sofá para ver no que eu estava sentando, me desculpe". Nisso, o vizinho já havia obtido sua resposta.

Moral: em muitas casas nós passamos a vida apontando o dedo para a outra pessoa, ao invés de olharmos para as nossas atitudes que contribuíram para isso.

Bom, o que esses três contos tem a ver com o pensamento? Tudo.

"Cuidado com o seu pensamento, pois ele se torna o seu comportamento.
Cuidado com o seu comportamento, pois ele se torna o seu hábito.
Cuidado com o seu hábito, pois ele se torna o seu caráter.
Cuidado com o seu caráter, pois ele se torna o seu destino".

No fundo, se cuidarmos dos nossos pensamentos, estaremos preservando o nosso destino.
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segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Aprendendo com o Tao

"Afinal de contas, você é o que você pensa. 
As suas emoções são escravas dos seus pensamentos, você é escravo de suas emoções".
Elizabeth Gilbert
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Sou uma iogue, alguém que busca uma evolução espiritual, mental e física. Bom, ainda sou um bebê iogue, estou aprendendo os primeiros passos e ainda me vejo nessa situação de Acídia. De ter medo de ter consciência do eu. Medo porque simplesmente é assustador buscar algo que já existe em você, mas que você não consegue enxergar, seja por seus preconceitos, sua forma de enxergar o mundo ou porque você não tem sabedoria (não transformou o conhecimento em prática). Hoje, para ir atrás da construção da minha sabedoria, fui a um grupo de estudos do Tao. Tao é uma palavra chinesa que caracteriza, basicamente, o equilíbrio entre Yin e Yang. Tao é quando você consegue manter os dois lados de qualquer coisa em harmonia. Lyn, nosso instrutor chinês, disse algo interessante sobre o Tao do Copo, sim, copo. Imagine um copo, ele é feito de vidro, plástico ou madeira e também é feito de vazio. Afinal, é preciso de um espaço no copo para que ele seja útil e perfeito, esse espaço é invisível. Quando colocamos água no copo, ele passa a estar plenamente ocupado, se você quiser colocar mais água, a água do copo transbordará. Assim é a nossa mente, é preciso que aprendamos a liberar espaços em nossas mentes para que coisas novas e boas façam parte dela. Um modo de liberar os espaços é resolver os problemas quando estes aparecem, e para isso você precisa de sabedoria, e a sabedoria é conquistada transformando conhecimento em prática, sabedoria não ocupa espaço, conhecimento sim. É interessante o quanto isso me fez pensar e quanta coisa eu venho guardando inutilmente. Vou começar minha limpeza mental para abrir novos espaços para sabedoria! 


‎''Conhecer os outros é ser inteligente. 
Conhecer a si mesmo é ser iluminado''. 
Lao Tzu