sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Entre choros e ranger de dentes

Nada como acordar numa linda manhã de sexta-feira, mais um dia de sol na capital, com sua mãe chorando e gritando. Você se levanta, tranquila, havia tido uma boa noite de sono depois do yoga e resolve conferir o que aconteceu. Pra variar, mais do mesmo. Minha avó destratando as pessoas, reclamando que não gostou do que uma amiga lhe disse sobre alguma coisa da vida, não gostou do livro que ganhou, não gostou das pessoas tomando decisões sem antes consultá-la (por que óbvio ela é um xamã, um guru e deve ser sempre consultado em dias auspiciosos), não gostou da comida e não gostou de nada mais. Sabe, eu cansei. Eu vi que ela não vai mudar então quem muda sou eu. Eu não vou mais dar atenção ao que ela fala. Eu não vou mais me preocupar com as notas que ela me dá pela roupa passada, pela mesa posta ou pela roupa que estou vestindo. Cansei de fazer tudo do jeito que ela quer pra depois ela vir dar patada e dizer que não está exatamente como ela faria. Cansei de ver minha mãe chorar, cansei de ver meu pai sofrer. Ela não vai mais nos abalar. E mesmo que demore, a gente vai aprender a lidar com isso e vai passar por cima de todos os destratos dela conosco, vamos aprender a relevar, a não se importar. Afinal, não está faltando nada pra ela. Ela tem comida balanceada, tem plano de saúde, tem quem a leve aos médicos, tem quem busque remédio na farmácia, tem uma casa boa, pessoas que ficam 24h em função dela e tinha carinho de verdade, agora, ela está conseguindo realmente nos afastar. E me perdoem se o texto parece algo como: "como maltratar alguém da terceira idade", juro que não é. Eu amo minha avó, mas maldade tem limite.
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terça-feira, 21 de agosto de 2012

Hipoglicemias e memórias bagunçadas

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Sete horas da manhã sou acordada por minha mãe, desesperada, abrindo a porta do quarto e me perguntando: "filha, você tem alguma bala?". Pra variar eu tenho. Nessas horas vale a pena ser a formiga da família, sempre sabem a quem recorrer quando a vó fica com hipoglicemia. Como sabemos que a vó estava hipoglicêmica? Minha mãe a acordou e ela não sabia quem a minha mãe era, falava com dificuldade e estava tonta, graças a Deus, no último evento desses aprendemos que pode haver confusão com AVC. Meu pai mediu o índice dela e estava em 20mg/dL, sendo que o nível baixo, normal, é de 70mg/dL. Está bem difícil lidar com isso, ainda mais quando a minha mãe fica se sentindo sobrecarregada, principalmente por conta da dieta alimentar que a minha avó custa a aceitar. São momentos difíceis.
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sábado, 18 de agosto de 2012

A vida nada doce

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E é um tremendo paradoxo que, ao mesmo tempo em que seu organismo começa a produzir glicose demais, a vida pareça ficar menos doce. Bom, pelo menos é assim que eu enxergo a diabetes mellitus ou apenas diabetes. Eu não sei exatamente há quanto tempo minha avó paterna é diabética, eu sei, apenas, que desde que eu nasci eu a vejo aplicar insulina e tomar dezenas de remédios. Não só para a diabetes, mas também para pressão alta, ácido úrico, problemas de circulação, entre outros. Acredito que todo mundo conheça a diabetes, mas que poucos realmente saibam como é a rotina de um diabético.
A minha avó tem a diabetes tipo 2, aquela que aparece depois de uma certa idade e que segundo o Ministério da Saúde é também conhecida como Diabetes Não Insulino-Dependente - É a mais frequente (90 por cento dos casos):

"O pâncreas produz insulina, mas as células do organismo oferecem resistência à ação da insulina. O pâncreas vê-se, assim, obrigado a trabalhar cada vez mais, até que a insulina produzida se torna insuficiente e o organismo tem cada vez mais dificuldade em absorver o açúcar proveniente dos alimentos. Este tipo de diabetes aparece normalmente na idade adulta e o seu tratamento, na maioria dos casos, consiste na adoção duma dieta alimentar, por forma a normalizar os níveis de açúcar no sangue. Recomenda-se também a atividade física regular. Caso não consiga controlar a diabetes através de dieta e atividade física regular, o doente deve recorrer a medicação específica e, em certos casos, ao uso da insulina. Neste caso deve consultar sempre o seu médico."

Ela descobriu a doença ao tomar refrigerante. Um copo foi o suficiente para que ela desmaiasse. E assim começou a caminhada dela rumo ao controle de açúcar, ou como em que todos descobrimos (pelo menos aqui em casa) que 'açúcar demais amarga'. No próximo post eu vou dizer por quê.
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quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Ganesha

Algumas vezes você pode ter cruzado com essa imagem de um elefante sentado ao lado de um rato e se perguntou, mas o que significa isso? 
No local onde pratico Yoga existem vários quadros com diferentes pinturas de Ganesha, mas basicamente é  um dos deuses do Hinduísmo. 'Ga' simboliza Buddhi (intelecto) e 'Na' simboliza Vijnana (sabedoria), então, Ganesha (considerem que este é a tradução de um nome sânscrito, logo, faz sentido unir Ga e Na) é considerado o mestre do intelecto e da sabedoria, ele é representado como uma divindade amarela ou vermelha, com uma barriga grande, quatro braços e a cabeça de elefante com uma única presa, 'montado' em um rato. É habitualmente representado sentado, com uma perna levantada e curvada por cima da outra. Ganesha é o símbolo das soluções lógicas e deve ser interpretado como tal.  

Acredito que a imagem abaixo seja bem didática e mais abaixo eu traduzi os significados das representações. 
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Large Ears - Listen more - Orelhas grande - Ouvir mais.
Axe - To cut off all bonds of attachment - Machado - Para cortar fora todos os laços de apego.
Small Mouth - Talk less - Boca pequena - Falar menos.
Blessings - Blesses and protects on spiritual path to supreme - Bençãos (a mão voltada a ti como se estivesse te abençoando) - Abençoa e protege o caminho espiritual ao supremo.
Large Stomach - Peacefully digest all good and bad in life - Estômago grande - Para digerir tranquilamente tudo o que for bom e ruim na vida.
Prasada - The whole world is at your feet and for your asking - 'Oferenda de alimentos' - Algo como: O mundo todo está aos seus pés e a suas perguntas.
Big Head - Think big - Cabeça grande- Pensar grande
Small Eyes - Concentrate - Olhos pequenos - Concentração
Rope - To pull you nearer to the highest goal - Corda - Para puxá-lo próximo da meta mais elevada
One Task - Retain good throw away bad - Uma missão - Manter o bom e jogar fora o ruim
Trunk - High efficiency and adaptability - 'Tronco' - Alta eficiência e adaptabilidade.
Madaka - Rewards of Sadhana - Modak (Um tipo de doce) - Prêmios de Sadhana.
Mouse - Desire, unless under control can cause havoc, your ride the desire and keep it under control and don't alone it to take you for a ride. - Rato - Algo como: desejo, a menos que você possa mantê-lo controlado, nunca o deixe-o sozinho para dar uma volta. (É por isso que Ganesha está sentado sob o rato).

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Os benefícios do Yoga

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Clique na imagem para vê-la ampliada.
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Para quem pratica Yoga há algum tempo eu posso afirmar que vi muitas mudanças positivas.
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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

O Desafio

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Esse final de semana eu percorri 630km, 8 pedágios, fiz um tanque e meio de gasolina e 72 horas, uma praia, uma duna, uma ponte, uma lagoa, um parque, vários morros e mais alguns km de uma viagem que abriu os olhos dos meus pais (e os meus) para um mundo novo, uma viagem com os amigos partindo de Curitiba-PR para Florianópolis-SC dirigindo sozinha. Após o término da descida da serra catarinense, na nossa primeira parada para esticar as pernas eu olhei pra mim mesma e pensei: "eu posso". Quer coisa melhor do que descobrir que você tem capacidade para fazer alguma coisa? Foi incrível a sensação de saber que estava me virando completamente sozinha (claro, com a companhia dos meus amigos), mas completamente sozinha na direção de um carro e pensando que eu tinha aquele controle e que eu conseguia me virar sozinha. Foi incrível. Minha mãe, antes de viajarmos, chorou e não por que estava preocupada que poderia dar algo errado, mas porque eu, definitivamente, não sou mais 'a menininha que há pouco tempo dançava de fraldas' (segundo a descrição dela). Ela ficou muito orgulhosa de mim. Meu pai também. E aposto que meu avô e meu padrinho, lá no céu, também ficaram orgulhosos. É por conta dessa família aventureira que eu adoro viajar e aproveitar ao máximo os lugares que eu conheço. Eu gosto de conhecer novas culturas, novas paisagens, novas pessoas, novas ideias, parece que tudo isso vai alimentando na gente uma vontade de querer fazer mais, de procurar descobrir novos lugares, como num círculo vicioso. A adrenalina e toda a emoção que estão envolvidas em viagens são como uma nova carga para a nossa bateria e assim a nossa cabeça começa a funcionar em outra frequência, não sei explicar, é fabuloso. Espero que em breve eu tenha novas experiências como essa para compartilhar com vocês.
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