quinta-feira, 31 de maio de 2012

Sobre perdas e Deus

"Just let me go in peace
with all the things that I forgot to say,
racing through my mind."
Body in a box - City and Colour
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Hoje faz três meses e dois dias que a minha família perdeu uma pessoa importante. Meu padrinho faleceu no dia 29/02 devido a complicações de uma infecção ocasionada por contaminação com água de ostra. Pra quem não sabe, a ostra é o filtro do mar, logo, ela carrega inúmeras impurezas. No dia 26/02 meu padrinho estava sozinho na praia e resolveu comer ostra crua. Ao tentar abrir a casca da ostra ele acabou se cortando, o líquido entrou na corrente sanguínea e em pouco tempo ele estava com a mão afetada, a bactéria (provavelmente a famosa salmonela) espalhando-se pela corrente sanguínea e no fim, ocorreu a septecmia. Por que eu estou contando essa história? Porque ela pode ser a diferença entre morrer ou viver (pelo menos eu acredito nisso). Infelizmente, devido a baixa imunidade de meu padrinho, em pouco tempo ele veio a falecer, pegando familiares e amigos de surpresa. Tudo isso afetou muito a minha família, não só emocionalmente, mas rotineiramente falando também. 
Minha avó, mãe de meu pai e de meu padrinho, tem 77 anos, é diabética, hipertensa, tem problema de circulação, tem psoríase, há seis anos amputou a perna esquerda - devido ao pé diabético-, vive a base de vários remédios e descobriu há um ano que está começando a ter problemas de funcionamento no rim (assim como o seu médico disse, ela é premiada). Para cuidar dela, meu pai e meu padrinho revezavam-se entre levá-la ao médico, fazer compras de mercado, cuidar da conta bancária e atender outras necessidades que surgem. Com o falecimento do padrinho, todas essas atividades ficaram por conta do meu pai, da minha mãe, de mim e do meu irmão. Toda a nossa rotina foi mais uma vez alterada, pois moramos ao lado da minha avó há 21 anos, e há seis anos, depois do falecimento do meu avô, muita coisa já estava em nossa responsabilidade, mas dividindo as tarefas com o padrinho parecia que ficava um pouco mais leve. Agora, de alguma forma, parece que está leve, pois minha avó mudou de atitude, ela está mais paciente, mais querida, mais tranquila e isso só pode ser coisa dele. 

Caminho da Felicidade ou...

"Eu senti falta da vida, eu senti falta das cores do mundo, alguém pode vir onde eu estou? 
Eu superei isso, eu cansei de viver no escuro, alguém pode me ver aqui em baixo?"
Three Doors Down - Away From The Sun
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...a Felicidade é o Caminho?
Às vezes eu acho que em algum momento da minha vida eu estava diante de três caminhos - assim como na história que a minha avó lia para mim quando eu era pequena - e diante desses três caminhos eu tive que escolher um para seguir em frente. 
No livro que minha avó lia, sempre que posava na casa dela, havia um menino com três pedras no bolso, e, dependendo de qual pedra ele tirasse do bolso, ele seguiria por um caminho diferente. 
Às vezes eu acho que me perdi no caminho, que errei na escolha, que deveria ter escolhido a segunda estrada e não a primeira. Já se pegou pensando que você fazia tanto quando pequena e agora parece não fazer nada? Não literalmente, mas parece que estou desperdiçando tempo. 
Talvez eu ainda não tenha tido tempo de enxergar mais além e perceber que minhas escolhas vão me levar para algum bom lugar. Talvez eu ainda esteja em busca da felicidade que vai acompanhar o caminho junto comigo daqui pra frente.
Talvez eu só precise de um tempo para enxergar as coisas mais claramente. Felicidade e caminho juntos, separados, tanto faz, mas pelo menos com algum objetivo.
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sexta-feira, 25 de maio de 2012

Lição de vida

Mais a frente eu pretendo falar o que penso sobre casamento, amor, relacionamentos, Deus, amigos, religião, fé, entre outras coisas, mas, por agora, eu só quero mostrar esse vídeo :)


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sábado, 5 de maio de 2012

Resíduo


e sob as ondas ritmadas
e sob as nuvens e os ventos
e sob as pontes e sob os túneis
e sob as labaredas o sob o sarcasmo
e sob a gosma e sob o vômito
e sob o soluço, o cárcere, o esquecido
e sob os espetáculos e sob a morte de escarlate
e sob as bibliotecas, os asilos, as igrejas triunfantes
e sob tu mesmo e sob os teus pés já duros
e sob os gonzos da família e da classe,
fica sempre um pouco de tudo.
Às vezes um botão. Às vezes um rato.

Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Ansiedade: etapa "nem sei"

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Essa semana eu fui à reumatologista para dar início a uma nova etapa na tentativa de eliminar, quem sabe de vez, a minha ansiedade. Ela disse que na medicina chinesa, os médicos baseiam-se muito nas energias, que desequilibradas provocam alguns males no corpo, essas energias são o Yin-Yang. Ao conversar comigo ela disse que meu Yang está em excesso no organismo. Logo, meu calor interno é grande e está me fazendo mal. Vou começar a passar por sessões de acupuntura no dia 8/05 e aos poucos eu vou contando aqui o que tenho sentido. Essa será, acredito, que a segunda terapia que tento para controlar a ansiedade malita vem me dominando. Acredito que é por causa dela que eu não consigo relaxar e aproveitar situações novas. Eu tenho também vontade de fazer mil coisas, mas a coragem não. Sempre racionalizo demais, não me deixo levar pelas emoções (em certas circunstâncias), por mais sensível e romântica que eu seja. Às vezes eu queria que algumas poucas e importantes pessoas entendessem isso.
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