quarta-feira, 7 de maio de 2014

Dia do Silêncio

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[Sussurrando] Qual foi a minha alegria ao saber que hoje, 7 de maio, é Dia do Silêncio. Mais feliz ainda ao saber que essa data comemorativa vem do país de Bali e é conhecida como Nyepi, a comemoração do ano novo balinês, no qual não há fogos de artifício, não há contagem regressiva e nem escândalos, bem pelo contrário. A partir das 6h da manhã os balineses começam a meditar e comemoram o ano novo em silêncio, refletindo, provavelmente, as suas ações diárias e o que querem adicionar às suas vidas no ano que se inicia. Gostei de saber que em algum lugar nesse mundão nós temos um pouco de sossego na virada do ano. E quem sabe hoje nós possamos aproveitar, nem que seja por alguns minutos, para permanecer em silêncio e refletir a respeito do que temos feito e do que queremos para nossas vidas. Feliz Dia do Silêncio, feliz oportunidade de se conhecer melhor. [/Sussurrando]
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domingo, 8 de dezembro de 2013

Sobre perdas e corações partidos

Em fevereiro deste ano, quando voltava de Balneário Camboriú, pisei em casa e encontrei ela ali, toda magrinha, com aqueles olhos grandes me encarando. Depois de muito amor, carinho, cuidado, proteção e atenção, a nossa pequena voltou a ser grande. Engordou e já conseguia se virar sozinha. No entanto, mesmo com todos os cuidados, a nossa pequena-grande dogue alemã tem displasia coxo-femural, o que torna difícil ajudá-la a movimentar-se. Foram momentos lindos de muito amor e carinho, ela era a nossa pituca, a nossa lindinha.
Quando a adotamos, disseram-nos que ela teria pouco tempo de vida, e que merecia um fim de vida digno, com pessoas que a amassem e zelassem. E nós fizemos tudo isso. Apesar de todos os cuidados e toda o nosso esforço para mantê-la conosco, as coisas ficaram difíceis. Eu não estava mais em casa para ajudar a carregá-la, meu irmão também não, e meus pais já não davam mais conta de fazer o serviço sozinha. Nossa última escolha foi encontrar um novo lar para a nossa lindinha. E este foi outro passo difícil. Que afetou o nosso emocional de uma forma impressionante. Mas não tínhamos mais o que fazer. E mais uma vez me vi diante de mais uma perda e com o coração partido.
Vê-la partir, mesmo que para um lugar bom, onde cuidarão dela, foi muito difícil. Eu só espero, de coração, que ela se adapte ao novo ambiente e que os outros cachorros e pessoas respeitem o tempo dela. Ela é e sempre será a nossa princesinha, a nossa pituca, apesar dos pesares.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Tome uma decisão e sinta...

Não lembro em que circunstância ou ocasião este fato chegou até mim, só sei que agora, que venho enfrentando um verdadeiro dilema interior, essa questão voltou à minha memória. E assim como não lembro quando veio à mim, não lembro quem me disse ou onde li, mas existe uma teoria que aponta a seguinte questão: quando se está confuso sobre determinado assunto, tome uma decisão dentro de você, não diga a ninguém, mas decida isso dentro de você, caso você fique tranquilo, provavelmente, esta decisão que você tomou é a correta. Quando internalizamos algo e tomamos aquilo como verdade, o nosso organismo responde de alguma forma, com conturbação quando é errado e com calmaria quando é o certo. Se isso é verdade não sei, mas tem cabido bem com as últimas tomadas de decisão. 

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O silêncio indígena

"Nós os índios, conhecemos o silêncio... Não temos medo dele. Na verdade, para nós ele é mais poderoso do que as palavras. Nossos ancestrais foram educados nas maneiras do silêncio. E eles nos transmitiram este conhecimento. Observa, escuta, e logo atua, nos diziam. Esta é a maneira correta de viver.
Observa os animais para ver como cuidam de seus filhotes. Observa os anciões para ver como se comportam. Observa o homem branco para ver o que querem. Sempre observa primeiro, com o coração e a mente quietos. E então aprenderás. Quando tiveres observado o suficiente, então poderás atuar.
Com vocês, brancos, é o contrario. Vocês aprendem falando. Dão prêmios às crianças que falam mais na escola. Em suas festas, todos tratam de falar. No trabalho estão sempre tendo reuniões, nas quais todos interrompem a todos, e todos falam cinco, dez, cem vezes. E chamam isso de “resolver um problema”. Quando estão numa habitação e há silencio, ficam nervosos. 
Precisam preencher o espaço com sons. 
Então, falam compulsivamente, mesmo antes de saber o que vão dizer. Vocês gostam de discutir. Nem sequer permitem que o outro termine uma frase. Sempre interrompem. Para nós isso é muito desrespeitoso e muito estúpido, inclusive.
Se começas a falar, eu não vou te interromper. Te escutarei. Talvez deixe de escutá-lo se não gostar do que estas dizendo. Mas não vou interromper-te. Quando terminares, tomarei minha decisão sobre o que disseste, mas não te direi se não estou de acordo, a menos que seja importante. Do contrario, simplesmente ficarei calado e me afastarei. 
Terás dito o que preciso saber. 
Não há mais nada que a dizer. 
Mas isso não é suficiente para a maioria de vocês.
Deveriam pensar em vossas palavras como se fossem sementes. Deveriam plantá-las, e permiti-las crescer em silêncio. Nossos ancestrais nos ensinaram que a terra esta sempre nos falando, e que devemos ficar em silêncio para escutá-la. Existem muitas vozes além das nossas. Muitas vozes. Só vamos escutá-las em silêncio".

Por Akaiê Sramana

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Análise de mesa de bar

Esses dias, sentada com mais dois amigos a mesa de uma praça de alimentação qualquer, começamos uma profunda conversa, que nos gerou um sincero sentimento e necessidade de compartilhar sentimentos até então presos dentro de nós.
Falávamos de angústias, medos, expectativas, sonhos grandes demais e determinação de menos, ou pouca persistência, e outras sensações que por muitas vezes nos impediram de seguir em frente, ou apenas nos frearam um pouco. No meu caso a grande vilã é a ansiedade.
Mas você pode me dizer que a ansiedade é algo normal, mas o Transtorno da Ansiedade Generalizada (TAG) não. 
A TAG é aquele estado quase que permanente de tensão e expectativa, a pessoa dificilmente consegue relaxar e está sempre em estado de alerta.
Pra quem me conhece é difícil notar certos comportamentos ansiosos, é preciso reparar em pequenos detalhes, principalmente na fala e no modo de me portar. Quando ansiosa tendo a comer menos ou nada, falo pouco e procuro sempre controlar a respiração, nem sempre funciona.
Passamos então a analisar o por que de eu me sentir assim, de quem é a culpa, quando surgiu e coisas do gênero. Primeiro, não acho nada legal culpar pai e mãe por sermos de determinada forma. Acredito que muito vem da nossa própria personalidade, índole e cabeça e outras coisas podem vir da educação ou pressão familiar. Sinceramente eu não me lembro de ser pressionada pelos meus pais para ser uma aluna exemplar ou a filha exemplar, mas lembro-me de muitas coisas das quais eu era a minha principal inquisidora, muitas vezes tomando o que os outros diziam como verdade absoluta para a minha própria vida.
O que resultou disso? Não sei relaxar, me cobro em excesso, não aproveito nada de forma satisfatória, tenho medo do desconhecido, medo de desapontar os outros e sofro com as expectativas frustradas.
Para que você possa entender um pouco do sentimento de estar ansiosa, imagine que alguém pegou o seu coração e agora o está apertando, agora imagine isso acontecendo por um tempo bastante prolongado. Imagine-se em uma sala sem janelas e nem portas e você está sem ar. Agora some a tudo isso um soco no estômago e uma vontade de colocar tudo para fora. É assim que me sinto em cada crise.
Além de tudo isso, segundo uma psicóloga que visitei uns quatro anos atrás, minha ansiedade é tão forte que é por esse motivo que não retenho sonhos na memória logo que acordo, portanto, há uns bons onze anos que não me recordo de sonhos. Nos últimos tempos, com ajuda da yoga esse quadro dos sonhos tem se revertido e de vez em quando eu lembro de algum, mas ainda é raro.
Bom, o que eu quero com tudo isso? Não sei, talvez essa também seja apenas uma análise que daqui alguns anos eu vou ler e pensar, "nossa, eu estava vivendo isso?" ou seja apenas para compartilhar algo que vem me sufocando: preciso parar de ser tão exigente comigo mesma, preciso parar de criar expectativas, preciso esquecer meu ego e dar atenção àquilo que realmente importa.
A lição é para não cobrar tanto de mim mesma e deixar as coisas seguirem num ritmo natural, a fim de não sofrer.
Resumindo: seja gentil consigo!

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Lições ou como eu conquistei mais uma estrela na minha constelação favorita

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Você já pediu, rezou, implorou para que algo acontecesse e quando aconteceu você ficou meio bobo sem saber se aquilo era verdade? Bem, eu rezei muito para que algo acontecesse e aconteceu. Minha avó materna estava muito doente e as perspectivas é de que ela partiria logo, e assim foi. Mas enquanto isso não acontecia, noite após noite eu assistia meu avô visitá-la em seu quarto, cobri-la ou, até mesmo, apenas aproximar os ouvidos dos lábios para ouvir se ela ainda respirava. Enquanto isso, no quarto em frente eu rezava para que quando o dia de sua partida chegasse não fosse o meu avô a encontrá-la ali em sua cama. Fui atendida e ainda mais, fui eu quem a encontrou, dormindo um sono profundo, nenhum movimento. Uma lição: quando pedimos de coração somos atendidos e ainda podemos ser agraciados. Quando a vi, por um momento, não acreditei no que via, fazia apenas alguns minutos que minha madrinha e meu avô haviam se dirigido para a cidade, não era possível que tivesse sido assim tão rápido, parece que minha avó escolheu o momento certo de partir, a casa estava como ela gostava, silenciosa, tranquila, e ela pode deixar o meu avô por um pouco mais de tempo na ignorância de sua partida. Agora cá estamos, há seis dias de sua ida, pensando em todas as coisas que vivemos nos últimos dias, nos últimos meses e anos, foram tantas lições que seria impossível enumerá-las aqui, mas o que fica é: peça de coração e será atendido e quando o momento chegar, respire fundo e deixe as coisas fluírem, não há nada além disso que possamos fazer, a não ser aprender. Obrigada pela oportunidade de crescer mais um pouquinho.
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terça-feira, 14 de maio de 2013

“O homem mergulha na multidão para afogar o grito do seu próprio silêncio.”
Rabindranath Tagore
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