quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Análise de mesa de bar

Esses dias, sentada com mais dois amigos a mesa de uma praça de alimentação qualquer, começamos uma profunda conversa, que nos gerou um sincero sentimento e necessidade de compartilhar sentimentos até então presos dentro de nós.
Falávamos de angústias, medos, expectativas, sonhos grandes demais e determinação de menos, ou pouca persistência, e outras sensações que por muitas vezes nos impediram de seguir em frente, ou apenas nos frearam um pouco. No meu caso a grande vilã é a ansiedade.
Mas você pode me dizer que a ansiedade é algo normal, mas o Transtorno da Ansiedade Generalizada (TAG) não. 
A TAG é aquele estado quase que permanente de tensão e expectativa, a pessoa dificilmente consegue relaxar e está sempre em estado de alerta.
Pra quem me conhece é difícil notar certos comportamentos ansiosos, é preciso reparar em pequenos detalhes, principalmente na fala e no modo de me portar. Quando ansiosa tendo a comer menos ou nada, falo pouco e procuro sempre controlar a respiração, nem sempre funciona.
Passamos então a analisar o por que de eu me sentir assim, de quem é a culpa, quando surgiu e coisas do gênero. Primeiro, não acho nada legal culpar pai e mãe por sermos de determinada forma. Acredito que muito vem da nossa própria personalidade, índole e cabeça e outras coisas podem vir da educação ou pressão familiar. Sinceramente eu não me lembro de ser pressionada pelos meus pais para ser uma aluna exemplar ou a filha exemplar, mas lembro-me de muitas coisas das quais eu era a minha principal inquisidora, muitas vezes tomando o que os outros diziam como verdade absoluta para a minha própria vida.
O que resultou disso? Não sei relaxar, me cobro em excesso, não aproveito nada de forma satisfatória, tenho medo do desconhecido, medo de desapontar os outros e sofro com as expectativas frustradas.
Para que você possa entender um pouco do sentimento de estar ansiosa, imagine que alguém pegou o seu coração e agora o está apertando, agora imagine isso acontecendo por um tempo bastante prolongado. Imagine-se em uma sala sem janelas e nem portas e você está sem ar. Agora some a tudo isso um soco no estômago e uma vontade de colocar tudo para fora. É assim que me sinto em cada crise.
Além de tudo isso, segundo uma psicóloga que visitei uns quatro anos atrás, minha ansiedade é tão forte que é por esse motivo que não retenho sonhos na memória logo que acordo, portanto, há uns bons onze anos que não me recordo de sonhos. Nos últimos tempos, com ajuda da yoga esse quadro dos sonhos tem se revertido e de vez em quando eu lembro de algum, mas ainda é raro.
Bom, o que eu quero com tudo isso? Não sei, talvez essa também seja apenas uma análise que daqui alguns anos eu vou ler e pensar, "nossa, eu estava vivendo isso?" ou seja apenas para compartilhar algo que vem me sufocando: preciso parar de ser tão exigente comigo mesma, preciso parar de criar expectativas, preciso esquecer meu ego e dar atenção àquilo que realmente importa.
A lição é para não cobrar tanto de mim mesma e deixar as coisas seguirem num ritmo natural, a fim de não sofrer.
Resumindo: seja gentil consigo!

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