sábado, 26 de novembro de 2011

O bom de escrever num blogue que ninguém lê é que a gente não corre o risco de ser mal interpretado ou de ficar muito exposto. Muitas vezes escrevi algo em outros blogues e fiquei sob a mira de mil e uma perguntas a respeito de cada linha. Acho que nunca ouviram falar em literatura fictícia. Não que tudo o que eu escreva seja ficção. Este texto, por exemplo, é um simples desabafo. Estou tentando expressar algo que tenho vontade de falar agora. Estou num impasse, numa confusão. Então, quando eu fico assim, nada melhor do que escrever. Escrever pra ninguém ler. Se você estiver lendo isso, por favor, não se ofenda, a questão não é o leitor, a questão é ter permissão para se abrir e não ser apontando. Agora, por exemplo, eu só queria dizer que estou triste, e que essa tristeza é só culpa minha. Eu crio mil coisas na minha cabeça e quando a realidade aparece na minha frente eu não sei lidar. Então, fica nisso, milhões de coisas me atormentando e eu sem saber pra onde ir. E então eu me refugio aqui, nesse cantinho que ninguém lê, a espera de aquietar um coração agitado, e romântico demais.
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Faz algum tempo alguém me perguntou: "você não gosta que os outros se apaixonem por você?" e eu meio que fiquei sem saber o que responder. No fundo todos queremos alguém se apaixone por nós, o problema é que eu simplesmente não aprendi a lidar com isso. Sempre fui aquela menina que era amiga dos meninos, que acobertava certas situações, que era a mensageira de recados, que entregava os presentes para as outras meninas e coisas do gênero. Também era aquela menina que alguns gostavam de importunar a ponto de eu querer socá-los e então sair correndo atrás até desistir e ver que aquilo era perda de tempo. Quando eu tinha uns 11 anos eu já era a mãe da turma, acho que é por isso que hoje, aos 21, eu me sinta um pouco velha e amarga. Não que eu não veja beleza na vida, nos amores, acho que eu só queria recuperar o que eu não vivi na minha infância/adolescência. Porque eu cresci incentivando as minhas amigas a darem chances para os seus amores, eu cresci incentivando os sonhos dos outros, queria que eles acreditassem que era possível. Só que esqueci que eu precisava me motivar antes de tudo. Acho que deixei meus sonhos de lado e passei a viver o sonho dos outros. Eu só queria, uma vez, poder viver algo que trouxesse vida de novo pra mim.
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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Porque eu tô ainda muito inseguro de mim mesmo, e não acreditando absolutamente que alguém possa me curtir bem assim como eu sou. Eu não tenho quase experiência dessas transações, me enrolo todo, faço tudo errado — acabo me sentindo confuso. Tudo isso é tão íntimo, e eu já estou tão desacostumado de me contar inteiramente a alguém, tão desacreditando na capacidade de compreensão do outro, sei lá, não é nada disso, sabe? Conviver é difícil — as pessoas são dificeis — viver é dificil.
Caio Fernando Abreu 

sábado, 12 de novembro de 2011

Amor juvenil

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Quando eu estava na quinta série, eu estava 'apaixonada' por um grande amigo da escola. Muitas vezes, muitas mesmo, eu pensei e pesei o que era mais importante, amor ou amizade. E fiquei assim por algum tempo (desde a quarta série, para ser mais exato). Então, eu descobri que uma amiga também gostava dele, foi quando eu desisti do amor e aceitei o fato de que seríamos sempre amigos. Mas infelizmente interfereriram nisso. Essa minha 'amiga' que também gostava dele brigou comigo e transformou minha vida num pequeno inferno durante aquele ano. Apenas os meus amigos de anos continuaram falando comigo. E então, para arrematar e fechar bem o ano ela fez o que eu nunca imaginei que ela faria, no meio de uma aula de matemática ela gritou pra toda sala que eu era apaixonada pelo meu amigo, a quem eu ainda que teria ter como amigo. Todos riram, todos se chocaram, eu chorei loucamente e desde aquele dia, nunca mais nos falamos. É uma história que eu lembro e fico imaginando se não afetou como eu me sinto hoje em dia. Às vezes eu acho que sim. Mas sei lá, só quis colocar essa história aqui para quem sabe esquecê-la.
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sábado, 5 de novembro de 2011

Lembranças

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Quando você tem alguém na família que já esteve a poucos passos de cometer uma loucura você acaba ficando um pouco louco/paranoico. Não só com a pessoa que estava prestes a fazer isso, mas também com tudo o que isso acarreta pra sua vida. Com o medo que você tem das recaídas, mas principalmente com o medo que você tem de ficar igual. E não adianta os outros dizerem que as pessoas são diferentes. Não adianta elas dizerem que você vai esquecer. Por um tempo você até esquece. Mas sabemos que tudo aquilo que vocês passaram fica guardado em algum canto obscuro da mente. No fundo, todo o seu organismo e mente sabem o que aconteceu e como você se sentiu. Então, qualquer mínimo detalhe que se aproxime daqueles dias te faz pirar. Qualquer mínima atitude que você tenha, que se assemelhe ao que a pessoa demonstrou faz você querer gritar e sair correndo pra não voltar mais, porque você tem medo, de verdade, de ficar igual. Àqueles que me conhecem, peço desculpas se por vezes tive ataques depressivos ou bipolares, não são por querer. É só todo o meu organismo tentando mostrar que não estou feliz com uma situação, é só um alerta pra eu tentar mudar. Fazer diferente. E eu vou conseguir. Juro que vou.
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Pesadelo

"Acalma esse coração pequena, que desespero nunca resolveu problema." 
Caio


Essa semana tive um pesadelo. Até aí nada demais, a maioria das pessoas tem pesadelos e lembra-se deles. No meu caso, faz mais ou menos uns 9 anos que eu não lembro de sonhos, nem de pesadelos. Segundo a psicóloga é porque meu índice de ansiedade está nos limites, logo, dificilmente vou lembrar deles, porque eu não relaxo a ponto de manter na memória recente. Bom, mas tudo isso não vem ao caso, o que importa foi o sonho. "Eu estava trabalhando num evento da empresa, quando de repente, um antigo colega de trabalho aparece ameaçando todo mundo, ele faz alguns reféns e todos ficam apavorados, ninguém pode sair. Eu estava num cantinho, sentei-me no chão, como ele disse, e entrei em choque, mas consegui mandar uma mensagem para uma pessoa, que no começo achou que eu estivesse brincando. Em seguida, liguei para a mesma pessoa para que ela pudesse ouvir as ameaças. Então, acreditando no fato, a pessoa ligou para a polícia e seguiu para onde eu estava. O antigo colega foi preso, os reféns foram libertos e eu ainda estava em choque. A pessoa que me atendeu veio ao meu encontro e não sabia o que me dizer". Pois é, vai entender um pesadelo desses.
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